segunda-feira, 29 de julho de 2013

Stoker (2013)




India ouve o que mais ninguém consegue ouvir. Tem uma adoração pelo seu pai que morre tragicamente num acidente de carro, como lhe disseram. De repente, o seu tio Charlie aparece, um tio que ela desconhecia ter. Com este aparecimento chegam as dúvidas. E com as dúvidas, os segredos.
Um tio que despoleta em India um desejo recôndito em si e que a leva a desconhecer-se. Um tio que inicia um caso com a cunhada, Evelyn (Nicole Kidman) e que tem em seu torno um grande mistério. De repente, pessoas começam a desaparecer sem deixar rasto, e cabe a India perceber o porquê de todos estes acontecimentos. Contudo, ao percebê-los, India torna-se cúmplice do seu tio e começa a ter sentimentos pelo mesmo. Um forte símbolo no filme é uma chave, que o pai de India lhe oferecera. Esta chave vai desvendar o grande segredo em torno de Charlie e levará India a soltar-se dos limites que lhe eram impostos.
Trata-se de um filme pesado e que requer bastante a atenção do espetador. E o mesmo vai dar por si a questionar o que se está a passar e quem é Charlie afinal. Assim, até parece que se trata de um thriller vulgar, com desaparecimentos estranhos e uma história de uma rapariga super inteligente. Mas o grande plot-twist do filme remete-nos para o contrário. A imprevisibilidade do filme leva-nos a questionar os valores e princípios daquela família, nada típica, e muito menos feliz.
Stoker começa com uma deixa brilhante "Os meus ouvidos ouvem o que outros não conseguem ouvir. Vejo pequenas e longínquas coisas que as pessoas normalmente não vêem. Estes sentidos são o resultado da ânsia de uma vida inteira. Ânsia de ser salva. De ser realizada.Tal como a saia precisa de vento para esvoaçar. Não sou formada por coisas que sejam só minhas.Uso o cinto do meu pai a prender a blusa da minha mãe e sapatos que são do meu tio. Isto sou eu. Tal como uma flor não escolhe a sua cor... não somos responsáveis pelo que vimos a ser." E acaba com a mesma cena do início, com India no meio de flores enquanto olha para o longínquo, aparentemente. Mas aqui o espetador já percebe o que India quer dizer com "não somos responsáveis pelo que vimos a ser".
É uma película a não perder, com atores muito talentosos como Mia Wasikowska (Alice in Wonderland, 2010), Nicole Kidman (Os Outros, 2001) e Matthew Goode (A Single Man, 2009).
Com um cenário e guarda-roupa fenomenal, muito estilo vintage, Chan-wook Park (Oldboy, 2003) traz um filme brilhante esteticamente. Com planos várias vezes aproximados, o espetador vai entrar na história, querendo saber o que esconde Charlie. Um elemento fundamental neste filme é a audição, visto que India e Charlie ouvem o que mais ninguém consegue ouvir. Todos os sons são ouvidos de uma forma clara e bastante explícita, o que dá um toque diferenciador à película. Juntamente à audição temos as cores, que em todo o filme são muito garridas, dando um grande equilíbrio estético ao mesmo. A música é do compositor Clint Mansell, que é conhecido por ter composto várias músicas para filmes como Cisne Nrego, 2010 e O Wrestler, 2008.
Já o escritor do filme é uma novidade, porque se trata de Wentworth Miller, o aclamado Scofield da série Prison Break, 2005. A par desta novidade e do realizador Chan-wook Park, temos os famosos irmãos Scott, que são brilhantes no que já fizeram. 


Veja o trailer: 



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domingo, 28 de julho de 2013

American Beauty (1999)





"O meu nome é Lester Burnham. Este é o meu bairro. Esta é a minha rua. Esta é a minha vida. Tenho 42 anos e em menos de um ano, estarei morto. Claro que ainda não sei desse facto. E, de certa maneira, já estou morto." Kevin Spacey (The Life of David Gale, 2003) dá voz a Lester Burnham, um homem de família, que mora num bairro tipicamente americano, com uma família igualmente típica dos EUA. Quando ele diz "e, de certa maneira, já estou morto" ele remete para a sua vida enquanto marido, pai e homem. Não tem vida matrimonial nenhuma, porque a sua mulher é obcecada pelo trabalho. Não tem uma boa relação com a sua filha adolescente porque já passou a fase dos "porquês" e entrou numa fase mais "independente".
Este filme aborda a história de um homem que deixa entrar na sua vida o desejo por uma colega de Jane, sua filha. É este desejo por Angela, uma jovem que aparenta ser bastante atrevida, que irá fazer com que a vida de Lester dê uma volta de 180º graus. O namoro de Jane com um traficante de droga, que mora ao lado da família Burnham vai mudar o destino e o rumo de cada personagem. Cada um tem uma história distinta, que se entrecruza com o desenrolar da película. Temos Buddy, que é o amante secreto de Carolyn, mulher de Lester. Temos Ricky Fitts, namorado de Jane e filho de um conservador e ex-marine, Frank Fitts. Temos Angela, uma jovem que quer ganhar a vida ao custo do corpo, amiga de Jane. Cada um deles pode ter um motivo para matar Lester, mas quem será o assassino do protagonista?
Este filme aborda temas como a família, a traição, o desejo, a infelicidade, drogas, homossexualidade e falsas aparências.Temas muito polémicos numa família muito americana.
Podemos contar com planos médios e aproximados, principalmente nas cenas mais emocionais. Já o tipo de montagem é visível, visto que o espetador consegue perceber os cortes que existem nos planos e cenas. Esta película conta com um grande plot-twist, porque o narrador do filme, Lester, leva-nos a pensar de uma determinada forma e acontece precisamente o contrário, o que é bom porque, desta forma, o filme não cai no previsível. Ricky Fitts, o namorado de Jane, traficante de droga e filho de Frank Fitts, dá-nos um ponto de vista diferente de Lester, ao filmar com a sua câmara vários episódios diários da vida da família de Lester. É a partir destas filmagens que o fim de filme tem o desfecho que já sabemos. As cores da película são várias vezes escuras, para demonstrar o desespero dos personagens. Também temos várias vezes a cor vermelha para simbolizar o desejo de Lester por Angela. Daí o símbolo do filme serem pétalas de rosa vermelhas, que nos remetem para a atração, desejo.
American Beauty foi realizado por Sam Mendes, alvo de várias críticas sobre este filme, tal como Kevin Spacey. Este realizador é conhecido por filmes como Revolutionary Road, 2008 e 007 - Operação Skyfall, 2012.

Trailer:








Curiosidades:
Este filme ganhou 5 prémios, incluindo o de Melhor Ator, Melhor Realizador e Melhor Filme Estrangeiro. Foi nomeado para mais 74 prémios.

Festa Avante 2013

A Festa do Avante 2013 este ano inova a nível cultural. Na 37ª edição deste pequeno, mas grande festival podemos ver alguns dos melhores filmes e curtas-metragens do cinema português.
No espaço central da festa, o visitante pode ver filmes como "Tabu", de Miguel Gomes e "É o Amor", o novo filme do conceituado realizador João Canijo.
Tudo isto e muito mais por apenas 21 euros.

Para saber mais informações, clique aqui.

Stanley Kubrick


V for Vendetta (2005)

Se existe filme que dá a entender que não podemos ter medo, este leva a Óscar. V de Vingança conta a história de um homem que ambiciona um povo que questione o que lhe é dito através da comunicação social e que não seja atávico, o que acontece várias vezes na sociedade atual. Este homem esconde-se atrás de uma máscara para dizer o que sente e para lutar pela liberdade que sempre ambicionou. Ao ser procurado pela polícia britânica e pelo próprio Presidente de Inglaterra, “V” fala para todo o povo britânico, afirmando que no dia 5 de Novembro do ano seguinte, as Casas do Parlamento explodirão.  Resta saber se V consegue fazer juz à justiça e liberdade que tanto ambiciona.
Ao lado de V, junta-se Evey, que aprenderá a não ter medo e a viver a vida de uma forma livre. 
Trata-se de um filme que aborda temas como a justiça, que é feita pelas próprias mãos de V, liberdade, corrupção feita pelo Governo e lealdade. 
Podemos perceber com esta película, que temos todos que trabalhar em prol do governo, fazer notícias em prol do mesmo, até pensar em prol de. No entanto, numa pura democracia, a verdade viria sempre ao de cima, custasse a quem tivesse que custar. Sendo assim, será que se pode chamar Democracia a um país onde existe a censura, ainda que, de uma forma indireta? Onde um apresentador de TV é morto por ironizar o facto do Presidente de Inglaterra ser realmente corrupto. Como é possível um filme de 2005 continuar tão recente?
Com cenários extraordinários, pode-se salientar a casa de V, que a muito se equipara a um museu, repleto de esculturas e artefactos antigos. Quanto aos planos, são mais evidentes os médios, aproximados e de conjunto, isto para mostrar de uma forma bastante clara os sentimentos dos personagens. Já as cores predominantes são o preto, cinzento e azul escuro, isto para que o espetador entre na história de uma forma mais precisa e sinta as emoções de injustiça, corrupção, mentira e vingança que o filme transmite. Já a montagem é visível, uma vez que os cortes entre os planos e as cenas são bastante percetíveis.
O ator que interpreta "V" é Hugo Weaving, conhecido por ter entrado em filmes como Matrix (1999), e Cloud Atlas (2012). Já Natalie Portman caracteriza a amável, mas forte Evey. Podemos reconhecê-la de filmes como Closer (2004), Star Wars, (2005) e Cisne Negro (2010). 
O realizador do filme, James McTeigue, é conhecido por ter co-realizado filmes como Matrix (1999) e Star Wars (2002). V for Vendetta foi escrito pelos famosos irmãos Wachowski.

Veja o trailer:

 
Curiosidades:
Este filme foi inspirado pelos romances gráficos de Alan Moore, e desenhados por David Loyd.
Um grupo baseado na Internet, Anonymoys, adotou a máscara que V utilizou como símbolo do mesmo. 
Ganhou 4 prémios, como o de Best Actress e o de Best Production Design.

Para saber mais acerca do filme, clique aqui.












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