domingo, 23 de fevereiro de 2014

Oscars Kids 2014












Uma brincadeira, feita por pequenas (grandes) crianças.



The Great Gatsby (2013)





"Luckily I'd packed two bottles of Australian red wine, plus a couple of audio-books uploaded to an iPod, for which I had little speakers. One of those books was The Great Gatsby. So I open the wine and I put on Gatsby, and as I sit there listening, watching the birch trees rush by through the dark window - it became like an out-of-body experience for me, to hear the sheer power of Fitzgerald's storytelling, and his poetry. (...) And when I got to the end I distinctly had a feeling that this was an extraordinary piece structurally - a novella as opposed to a novel, and novellas make good movies. So I was suddenly gripped with a passion to make a movie of F. Scott Fitzgerald's The Great Gatsby." [Baz Luhrmann, in The Great Gatsby Interactive Book, 2013]



Tudo começou em 2001, quando Baz Luhrmann tinha acabado o filme "Moulin Rouge" e decidiu tirar uns dias de férias, viajando pela linha Transiberiana. Aí surgiu a ideia de fazer "The Great Gatsby". Foram precisos alguns anos para conseguir os direitos para realizar o filme. Mas valeu o tempo de espera. 

Eis que surge um filme que mistura o século XX com o séc XXI. Uma estrutura estética que lembra "Romeu e Julieta" e "Moulin Rouge", pelo seu anacronismo que funcionou na perfeição em The Great Gatsby.
Agora fica a questão que centra todo o filme: Quem é, afinal, Gatsby? Existe um mistério em torno desta personagem, que trespassa para o ecrã. É Nick Carraway (Tobey Maguire) quem narra a história de Gatsby (Leonardo DiCaprio) e a explica. Numa altura em que as ações de Wall Street estavam no seu auge, em que os prédios de Nova Iorque eram cada vez mais altos, as festas cada vez mais fenomenais e as bebidas alcóolicas mais baratas, Nick Carraway vai para Long Island (a 32 km de Nova Iorque), com o sonho de se tornar num escritor. Vai viver para uma casa ao lado da grande mansão de Gatsby, e no lado oposto da casa de Daisy (Carey Mulligan), sua prima, separadas por uma baía. Daisy era casada com Tom Buchanan (Joel Edgerton), um desportista que se formou em Yale, herdeiro de uma grande fortuna e amante de Myrtle Wilson (Isla Fisher), a quem arrendou um apartamento para se poderem encontrar.
É numa das festas estrondosas que Gatsby dá que Nick o conhece, através de um convite oficial. Aqui, podemos ver um jovem novo, com grande confiança e dotado de um poder enorme. Pode-se, desde já, perceber porque é que Nick foi a única pessoa a receber um convite para a sua festa: Gatsby tinha algo a pedir a Nick. Algo por que sempre ansiou: rever Daisy, de quem sempre gostou e que havia tido um romance. 
A par com uma uma trilha sonora estonteante, que nos leva do ano 1922 até 2013 num ápice, o espetador depara-se com uma história de amor incrível, pouco usual, que desafia valores e a moral das pessoas. Gatsby era, afinal, um jovem que aspirava ser milionário, para poder casar-se com Daisy. Foi por isso que foi morar para o outro lado da baía de West Egg, para poder estar próximo de Daisy. Foi por isso que dava festas estrondosas e foi por isso que se tornou na pessoa que era.
É a partir de Nick que sentimos cada emoção de Gatsby, cada sofrimento, cada sonho. Um sonho que, à partida, tinha tudo para se tornar real. Mas a indiferença, o egoísmo e a falta de valores foram maiores, e levaram a que o filme tivesse um plot-twist excitante, mas triste. 

Esteticamente, o filme é, sem dúvida, dos mais bonitos que já vi: roupas de época e carros lindos. Prédios gigantescos, festas grandiosas. Um filme de época pretencioso e inovador, em tudo. Com uma montagem claramente visível, podemos ver carros antigos que andam a uma velocidade extrema, músicas de jazz com um toque contemporâneo e figurantes perfeitos, que deram vivacidade ao filme. 




Com planos várias vezes médios e aproximados, temos slow-motions que são de destacar: na cena em que Nick conhece finalmente Gatbsy, existe um close-up do mesmo e um slow-motion lindo, com uma proundidade de campo nítida, onde podemos ver fogos de artíficio atrás de Gatsby, tornando o plano ainda mais bonito. 



Seguidamente, temos um slow-motion na cena em que a amante de Tom Buchanan é mortalmente atropelada e, com uma música perfeita a acompanhar este plano, Love is Blindness, do músico Jack White, vemos Myrtle Wilson a passar em câmara lenta por cima do carro que a atropelou, dando uma grande expressividade ao momento. 

É de destacar a trilha sonora do filme, que conta com participações de Beyoncé, Jay-Z, Kanye West, The XX, Jack White, Lana Del Rey e Florence and The Machine. Músicas que dão outro toque ao filme, num sentido bastante positivo. Músicas que misturam Jazz com Hip-Hop de uma forma brutal, com um resultado impressionante. É de destacar a luz verde, que, de certa forma, unia Gatsby a Daisy, através de uma baía. Era através desta luz verde que Gatsby guardava a esperança de ficar com Daisy. É também de destacar o facto de o filme começar com um brilho fugaz sobre Nova Iorque e a forma como se vivia na altura, com glamour e festas enormes e brilhantes, e depois a antítese existencial sobre o olhar de Nick, que afirma ter ficado enojado com as pessoas de lá. Esta antítese expressa a decadência das pessoas e a ironia que o dinheiro acarreta consigo.
 Recomendo a quem ainda não o viu.

 Veja o trailer:

 Para mais informações sobre o filme, clique aqui.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...